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Gravura construída a partir das vivências do artista

       A relação da gravura de Ernani tem início com sua proximidade com a marcenaria, as madeiras e seus instrumentos.  Consequentemente aproximou-se da gravura, cursou xilogravura no Margs com Clarice Jaeger, Circe Saldanha, fez parte do Núcleo de Gravura do RS, imprimiu gravuras para diversos artistas, entre eles Danúbio Gonçalves, Armando Almeida, produziu em ateliê litografia com Paulo Chimendes, fez parte do grupo de gravura do Museu do Trabalho por dez anos, tendo realizado inúmeras mostras coletivas e individuais.

 

       Atualmente faz pesquisa de fibras de madeiras, coleta e imprime restos de materiais com potencial gráfico, coletando e arranjando suas texturas, construindo imagens através das formas e pedaços, construindo matrizes de palitos de fósforos e madeiras ruídas pelo tempo, transpondo uma invisibilidade que no primeiro momento nos passa desapercebido, fazendo desta coleta uma poética, empilhando módulos e suas possibilidades, provocando desequilíbrios visuais, com uma geometria calcada na aproximação de materiais que pela suas características não parecem ser compatíveis. Assim, desvenda uma textura de desgaste e fibras de madeiras deformadas, gastadas, que vêm a compor um universo de diversidade de movimentos de fibras e aproximações das formas do próprio modulo, construindo uma imagem de diálogo inusitado e dinâmico, sendo assim uma gravura construída com as vivências do artista, dialogando com sua poética dos empilhamentos móveis que realiza tridimensionalmente sem amarras, apoiando-se em sua própria possibilidade de equilíbrio material, criando um trânsito entre os desequilíbrios reais físicos e virtuais que aparecem nas gravuras que se fixam na virtualidade, sendo os tridimensionais sujeitos a quedas reais.

 

Ernani Chaves

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